A Obesidade tem se tornado um grande problema não só para os humanos, mas também para os pets. Em um estudo recente (2019) no município de São Paulo, verificou-se que cerca de 40,5 % dos cães apresentavam sobrepeso e outros 14,6% já eram considerados obesos.
Obesidade, além de ser uma doença por si só, pode levar ao aparecimento de várias condições como diabetes, hipertensão arterial e osteoartrose, entre outras.
Por isso, é muito importante que se consiga detectar quando o pet está acima do peso o quanto antes e entrar com medidas para reverter o quadro.
E é muito difícil detectar, pois acaba se tornando uma medida subjetiva. Já temos um índice semelhante ao IMC (índice de massa corporal) semelhante ao dos humanos para os cães, mas que, na prática clínica ainda é pouco utilizado. Então, como saber se o peso está se tornando um problema de saúde para o pet?
Um cão ou gato é considerado com sobrepeso quando ele está cerca de 10% a 20% acima do seu peso considerado normal. E é considerado obeso quando esse valor ultrapassa os 20%. Outros sinais de que seu pet pode estar acima do peso (e de que isso já está se tornando um problema na vida dele) são:
- Cansaço excessivo e dificuldade para fazer tarefas mais cotidianas, como um passeio ou subir e descer escadas
- Comportamento mais sedentário: evita brincadeiras e passa boa parte do tempo dormindo.
- Quando não conseguimos definir com facilidade suas costelas e “cintura”: ao examinarmos o pet (o tutor também pode fazer isso em casa), não conseguimos perceber claramente as costelas. Ele também deve ter uma espécie de cinturinha, logo após a ultima costela, o que não acontece se ele estiver acima do peso.
Esses sinais já nos dão o alerta de que é preciso entrar com medidas para diminuir e controlar o peso. Na maior parte das vezes são mudanças no estilo de vida do pet. Em raras ocasiões precisamos entrar com medidas medicamentosas para auxiliar na perda do peso.
Aqui vão algumas medidas para começar o processo de emagrecimento do pet:
- Dieta: não tem jeito. Para emagrecer é preciso ter um déficit calórico, ou seja, gastar mais energia do que ingerir. Existem dietas comerciais com redução de calorias, carboidratos e gorduras, além da alimentação natural (AN), que deve ser feita com orientação de profissional especializado (médico veterinário com formação em nutrologia ou zootecnista ).
- Exercícios físicos: combinados com a dieta, irão contribuir para o déficit calórico. Além disso, irão tonificar músculos e melhorar a condição cardiorrespiratória. Músculos gastam mais energia para a sua manutenção do que o tecido adiposo; daí a importância de exercícios de força combinados com exercícios aeróbicos (caminhadas, por exemplo).
- Petiscos: a ordem é oferecer o mínimo de alimento extra na dieta, mas se for oferecer, que sejam em menor quantidade e com valor nutricional (por exemplo frutas antioxidantes como morango).
- Regras e horários: evitar deixar ração ou comida à vontade e determinar porções menores em horários fixos do dia podem ser boas estratégias para evitar que o cão ou gato coma sem necessidade.
- Enriquecimento Ambiental: um ambiente que proporcione mais atividade física e brincadeiras ao longo do dia ajudam a acrescentar atividade física e diminuem o tédio (que pode fazer com que o pet sinta mais fome).
Lembre-se de que estas são atitudes que podem ser feitas em casa, mas que não substituem a orientação do médico veterinário. Pets obesos precisam de exames para saber se já há alguma doença relacionada que precise de tratamento e de orientação nutricional individual. Exercícios de força e condicionamento físico devem ser orientados por um veterinário especializado (fisiatra ou fisioterapeuta), bem como a condição cardiológica deve ser avaliada por um veterinário cardiologista.